domingo, 30 de agosto de 2009

Nega-me...

Nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

(Pablo Neruda)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

É urgente o amor

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

(Eugénio de Andrade)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Dream Theater

Ontem, dia 12, a banda Dream Theater esteve aqui em Montreal. Os integrantes fizeram uma tarde de autógrafo na HMV. E lá fui eu tentar um autógrafo ou uma foto dos benditos. Não que eu goste, mas o Eliseu é fãzasso e como ele estava trabalhando, eu resolvi ir.
O horário para vê-los era das 14h às 16h. Eu cheguei na loja umas 15h30, comprei o CD e quando fui para a fila... adivinha? O segurança disse que já era o limite de pessoas para entrar e eu não poderia mais ficar na fila. Eu supliquei, chorei, implorei, mas nada. Porém, tinha um moço muito simpático na fila e ele disse ao segurança que eu estava com ele. É claro que o "armário" não acreditou, mas depois acabou cedendo.
Fiquei linda e morena na fila, embaixo de um sol de 30 graus e consegui o autógrafo de todos os integrantes e ainda tirei fotos (que estão no Orkut).
À noite, quando o Eliseu chegou, eu entreguei seu presente de aniversário adiantado e ele ficou muito feliz. O sacrifício valeu à pena.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

1 ano

Hoje faz um ano que chegamos em Montreal. Dizem que você leva um ano para se adaptar, mas como este tempo passou tão rápido, acho que ainda estou em fase de adaptação.
Pelo menos eu acredito que já dá para fazer uma comparação entre Brasil X Canadá.

Canadá - lado bom:
  • Economia;
  • Qualidade de vida;
  • Segurança;
  • Novos amigos;
  • Estudos;
  • As quatro estções DEFINIDAS;
  • Política;
  • Leis (que funcionam).
Canadá - lado ruim:
  • Inverno;
  • Saudade (essa dói);
  • Multicultura (para mim, isso não é bom);
  • Idioma (ótimo quando você sabe falar e se expressar, péssimo quando você esquece uma palavrinha e tem de fazer mimicas ou deixar pra lá);
  • Não tem pão-de-queijo, nem kibe, nem açaí, nem churrasco.
Brasil - lado bom:
  • Família;
  • Amigos;
  • Falar português;
  • Pão-de-queijo, kibe, açaí, churrasco.
Brasil - lado ruim:
  • Insegurança;
  • Trânsito (SP);
  • Política;
  • Economia;
  • Falta de emprego;
  • Leis;
  • Malandragem (o famoso jeitinho brasileiro).
Há um ano eu cheguei aqui assustada, chorando e com medo. Mas Deus foi tão incrível que tudo foi acontecendo naturalmente em nossas vidas. Sem dificuldade, nós alugamos nosso lindo apartamento, conquistamos amigos, trabalho, estudos e superamos o temível inverno de -30.
A luta por novas conquistas continua. Agora, com mais certezas e fé.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

11 de agosto


Nasci em São Caetano do Sul, em 11 de agosto de 1981. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. Embora meu irmão sempre diga que eu vim de xereta.
Estou com 28 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a Eternidade.
Nasci no rigor do inverno e ainda por cima nasci mulher, o que deixou meu pai feliz e preocupado. Cuidar de menina não é fácil. Foram noites em claro porque eu tinha muitas cólicas. Eu dei trabalho aos meus pais. Quando tinha 4 anos eu tomei dois vidros de remédio (Anador e Novalgina) em dose única. Quase os deixei loucos. Fui parar no hospital, é claro! Aos cinco anos, fiquei doente porque eu queria comer uma pipoca cor-de-rosa e minha mãe, sabendo que aquilo iria me fazer mal, não comprou. Resultado: fiquei com febre do mesmo jeito e ainda chorava pedindo "mãe, quero pipoquinha". A coitada teve de sair de casa à noite, no frio, para ir comprar a bendita. No dia seguinte eu já estava boa.
Foram tantas travessuras: fugi de casa (também aos 4 anos, mas fui até a saída da vila, numa lojinha, depois minha mãe foi me buscar), ralei os joelhos, enfiei uma flor no nariz (veja bem, no nariz), tive inúmeras dores de garganta, de dente, catapora... eu era uma coisinha feia e que veio ao mundo para dar trabalho aos meus pais. Mas eles foram sempre incríveis. Estiveram presentes nas noites de choro, de manha e também de alegrias.
Aos 15 anos, o primeiro homem que eu aprendi a amar teve de ir para algum lugar, eu acredito que seja o Céu. Acho que Deus naquela época estava recrutando pessoas boas para serem anjos e chamou meu pai.
Com 18 anos eu entrei na faculdade de jornalismo. Foram 4 anos de grande luta. A grana era curta: ou comprava um lanche ou comprava um guaraná. Quando me formei, lembrei do meu pai. Ele devia estar orgulhoso.
E o tempo passa rápido... mas procuro viver um dia por vez, procuro sempre aprender com todas as coisas que me acontecem (boas e ruins), procuro aprender com pessoas mais velhas, procuro escutar minha mãe, procuro rezar todos os dias pelo meu pai e por toda minha família, procuro amar meus amigos, procuro respeitar, amar e aprender com meu marido, procuro ser sincera, procuro levar felicidade por onde eu passo (mesmo quando o coração está sangrando) e ainda procuro aquela blusa e aquele DVD que eu perdi...
E procuro fazer planos para um futuro que é sempre incerto.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Emprego e cursos

Desde que voltei do Brasil, o meu objetivo é retornar ao curso de francês. Para isso, fui até a Comissão Escolar para obter maiores informações. A boa notícia é que o curso de francês escrito que eu quero custa só CAD 55,00 para um período completo (cerca de dois à três meses) e a escola fica ao lado de casa. A má notícia é que tem uma lista de espera. Porém, como pretendo estudar à noite, esta lista diminui. Bom, o bendito curso começará dia 3 de setembro e espero muito, mas muito mesmo, entrar nesta turma - senão, só em novembro.
Quanto ao curso de fotografia, esse ficará congelado até o começo de 2010. Não dá para fazer tudo ao mesmo tempo. Então, meu objetivo para este ano (ainda) é continuar no francês e conseguir um emprego.
Por falar em emprego...ontem eu fui no Emploi-Québec. Trata-se de um órgão do Governo para orientar as pessoas no mercado de trabalho canadense. Lá, eu conversei com um conselheiro (uma pessoa muito bacana) que me ajudou por onde eu devo começar, já que como jornalista será mais difícil. Eu também me inscrevi no programa PRIIME, em que o Governo, em acordo com o empregador, paga uma parte do salário do funcionário. Assim, minhas chances de conseguir um emprego aumentam.
Agora, é só mandar currículo, carta de apresentação e rezar para ser contratada.