terça-feira, 11 de agosto de 2009

11 de agosto


Nasci em São Caetano do Sul, em 11 de agosto de 1981. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. Embora meu irmão sempre diga que eu vim de xereta.
Estou com 28 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a Eternidade.
Nasci no rigor do inverno e ainda por cima nasci mulher, o que deixou meu pai feliz e preocupado. Cuidar de menina não é fácil. Foram noites em claro porque eu tinha muitas cólicas. Eu dei trabalho aos meus pais. Quando tinha 4 anos eu tomei dois vidros de remédio (Anador e Novalgina) em dose única. Quase os deixei loucos. Fui parar no hospital, é claro! Aos cinco anos, fiquei doente porque eu queria comer uma pipoca cor-de-rosa e minha mãe, sabendo que aquilo iria me fazer mal, não comprou. Resultado: fiquei com febre do mesmo jeito e ainda chorava pedindo "mãe, quero pipoquinha". A coitada teve de sair de casa à noite, no frio, para ir comprar a bendita. No dia seguinte eu já estava boa.
Foram tantas travessuras: fugi de casa (também aos 4 anos, mas fui até a saída da vila, numa lojinha, depois minha mãe foi me buscar), ralei os joelhos, enfiei uma flor no nariz (veja bem, no nariz), tive inúmeras dores de garganta, de dente, catapora... eu era uma coisinha feia e que veio ao mundo para dar trabalho aos meus pais. Mas eles foram sempre incríveis. Estiveram presentes nas noites de choro, de manha e também de alegrias.
Aos 15 anos, o primeiro homem que eu aprendi a amar teve de ir para algum lugar, eu acredito que seja o Céu. Acho que Deus naquela época estava recrutando pessoas boas para serem anjos e chamou meu pai.
Com 18 anos eu entrei na faculdade de jornalismo. Foram 4 anos de grande luta. A grana era curta: ou comprava um lanche ou comprava um guaraná. Quando me formei, lembrei do meu pai. Ele devia estar orgulhoso.
E o tempo passa rápido... mas procuro viver um dia por vez, procuro sempre aprender com todas as coisas que me acontecem (boas e ruins), procuro aprender com pessoas mais velhas, procuro escutar minha mãe, procuro rezar todos os dias pelo meu pai e por toda minha família, procuro amar meus amigos, procuro respeitar, amar e aprender com meu marido, procuro ser sincera, procuro levar felicidade por onde eu passo (mesmo quando o coração está sangrando) e ainda procuro aquela blusa e aquele DVD que eu perdi...
E procuro fazer planos para um futuro que é sempre incerto.

Um comentário:

  1. A Aninha é pão-dura quando se trata de falar de si mesma. Economiza até não querer mais. Esta menina-mulher tem uma fibra que poucos conhecem. É capaz de mudar o mundo para conquistar seu espaço, sem dar cotoveladas, mas sempre decidida. É amiga, companheira, sincera, pau pra toda obra (ok, ela é mulher, não tem pau). Além do laço familiar _ somos irmãos _ há algo maior que nos une: a amizade e o amor. Nestes 28 anos (nossa, como ela é velha... não costumo me relacionar com pessoas idosas assim), cada dia me surpreendo, positivamente, com o jeito Ana Paula Gois de ser.
    Um beijo, de quem te ama e admira muiiiiiiiito
    chico

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